
Numa final vibrante e dramática, o Manchester United levou a melhor sobre o Chelsea nas grandes penalidades (6-5), depois de 1-1 no final dos 120 minutos, e juntou ao seu palmarés a sua terceira Taça/Liga dos Campeões Europeus. Anteriormente tinha vencido o Benfica em 1968 e o Bayern de Munique em 1999.
Outro facto a salientar e não muito falado, foi um português de gema (Cristiano Ronaldo) a marcar numa final da Liga dos Campeoes. Tal cenário já não acontecia desde do grande Benfica da década de 60.
O jogo teve todos os ingredientes que o adepto de futebol gosta - golos, oportunidades claras de parte-parte, expulsão, penáltis e muito suor e lágrimas - um drama à inglesa para Mundo ver.
Portugal foi muito bem representado por Cristiano Ronaldo, Nani e Ricardo Carvalho, e não esquecer os que não jogaram claro (Paulo Ferreira, Hilário e Carlos Queiroz no banco - por momentos foram bem audiveis as suas indicações para o relvado).
Na terceira final da prova entre clubes do mesmo país - Real Madrid-Valência de 2000 e AC Milan-Juventus de 2003 - um emblema inglês alcançou o maior título europeu pela 11ª vez, igualando Itália e Espanha como as nações com mais triunfos na competição.

As duas equipas apresentaram-se em Moscovo com várias alterações em relação aos jogos das meias-finais. No Manchester United, com o defesa sérvio Vidic recuperado de uma lesão, voltou ao centro da defesa, Wes Brown alinhou a lateral-direito e Hargreaves recuperou seu lugar no meio-campo. O sul-coreano Park Ji-sung, que vinha sendo titular, acabou por ser a grande surpresa ficando na bancada.
O técnico Alex Ferguson optou por um 4-4-2, com Rooney e o argentino Carlos Tevez na frente, e Cristiano Ronaldo jogando a extremo esquerdo. Avram Grant manteve o tradicional 4-3-3 do Chelsea, mas com Malouda alinhando no lugar do marfinense Kalou.
A primeira metade da etapa inicial paltou-se pelo equilíbrio táctico, com o ManUnited a ter mais iniciativa, mas sem oportunidades claras de golo. Depois as coisas aqueceram aos 21 minutos, quando numa disputa de bola entre Makélélé e Paul Scholes, resultou num cartão amarelo para ambos. Scholes saiu sangrando do nariz.
Aos 27 minutos, o Machester United abriu o marcador. Após uma lançamento de linha lateral, Brown tabelou com Scholes e cruzou para Cristiano Ronaldo que apanhou Essien na "covas", para cabecear imparavel para as redes. O 42.º golo da época do internacional português, oitavo nesta edição da Liga dos Campeões (melhor marcador da competição) e Bota de Ouro.
O Chelsea não baixou os braços e logo de seguida teve uma boa chance de empatar, quando Rio Ferdinand, na tentativa de se antecipar a Ballack, obrigou van der Sar a fazer uma grande defesa para canto. No minuto seguinte, foi a vez de Petr Cech aplicar-se. O guarda-redes checo do Chelsea salvou a equipa num remate de cabeça de Tevez, após cruzamento de Ronaldo, e na sequência da jogada impediu o golo de Michael Carrick de fora da área.

Apesar do domínio dos Red Devils, o Chelsea não se abateu e esperou pela melhor oportunidade. Aos 43 minutos, quando já todos esperavam o apito do árbitro para que as equipas recolhessem às cabinas, Essien cria desequilíbrios no último terço de terreno, sobrando a bola para Lampard, que beneficiando de uma escorregadela de Van der Sar, não teve dificuldades em restabelecer a igualdade na partida.
Ainda antes do intervalo, Ricardo Carvalho quase mandava Cristiano Ronaldo para o "estaleiro" e levou cartão amarelo.
As equipas voltaram sem alterações para a segunda parte, e os blues moralizados pelo golo, passavam a assumir o controlo do jogo. Mais audazes no ataque, surgiram a ocupar posições mais adiantadas, mas sem incomodar verdadeiramente Van der Sar nos primeiros 20 minutos. Pelo Manchester United, Rooney passava a actuar mais recuado, pela direita, com Hargreaves no meio e Tevez isolado na frente de ataque. A estrela de Cristiano Ronaldo brilhou menos nesta fase do encontro, e o ataque do United ressentiu-se, já que Tevez e Rooney foram sempre bem vigiados por Terry e Ricardo Carvalho, autor de uma boa exibição na segunda final da "Champions" em que participou, depois de ter ajudado o FC Porto a conquistar o troféu em 2004.
Malouda reclamou de penálti aos 31 minutos, após cair na área mum leve contacto com Ferdinand, mas o árbitro eslovaco Lubos Michel decidiu correctamente mandar o jogo seguir. Dois minutos depois, a melhor chance em toda o segundo tempo. Drogba ganha espaço na entrada da área e dispara forte fazendo a bola embater no poste esquerdo da baliza do holandês.
A primeira alteração da partida só foi feita aos 42 minutos, com a saída de Scholes para a entrada de Ryan Giggs, que fez história ao somar 759 jogos pelo Manchester United, tornando-se o novo recordista absoluto, superando a marca do lendário Bobby Charlton.
No início do prolongamento, debaixo de uma intensa chuva e já com Nani em campo, o Manchester United subiu outra vez de produção, mas voltou a ser do Chelsea a grande oportunidade para marcar e fazer a reviravolta, num remate de Lampard que só a barra impediu de se transformar em golo.
A segunda parte do prolongamento corria sem que as duas equipas assumissem grandes riscos até que, a quatro minutos do final, houve uma confusão generalizada.Os nervos apoderaram-se das duas equipas, e Drogba acabou por ser expulso, após agressão a Vidic, num lance em que os jogadores do Chelsea protestaram, de forma exagerada, uma bola devolvida para fora por Tevez.
Já a pensar nos penáltis, os dois técnicos fizeram as últimas alterações antes do apito final colocando os especialistas Belletti no lugar de Makélélé e o ex-portista Anderson por Brown.

Nas decisão por grandes penalidades, Tevez e Carrick, pelo United, Ballack e Belletti, pelo Chelsea, converteram as duas primeiras cobranças. Depois Cristiano Ronaldo deu uma "paradinha à Veloso" antes de rematar para o lado direito, mas Cech esperou a decisão do 7 dos red devils e defendeu.

Seguiram-se golos de Lampard, Hargreaves, Ashley Cole e Nani, até Terry falhar o quinto penálti do Chelsea de forma inacreditável, para desespero do patrão Roman Abramovich, escorregando e remantando para fora. Era somente o golo do título!
Anderson e Kalou marcaram na sexta cobrança, e Giggs, coroando a sua noite histórica, fez 6 a 5. Na sétima série Anelka permitiu a defesa de Van der Sar e o Manchester United conquistou o terceiro título máximo europeu.
Agora Euro/2008 e Força Portugal!

Vídeos
Manchester United 1-1 Chelsea
Cristiano Ronaldo 26'
Lampard 46'
Entrega da Taça da Liga dos Campeões ao Manchester United
Vídeo do jogo da RTP, aqui.

Fotos: Fox
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