Pouco Benfica em S.Siro na derrota de 2-1 frente ao AC Milan

O AC Milan não precisou de jogar grande coisa, não precisou de criar muitas oportunidades e nem precisou de um Kaká inspirado, para derrotar, em San Siro, um Benfica medroso por 2-1. Os italianos marcaram muito cedo, perceberam que o adversário andava meio à nora e limitaram-se a fazer aquele joguinho que dominam como ninguém – bola de pé para pé, passes milimétricos e pronto, bola na área adversária. E o Benfica a ver, cheio de medo.

Ao contrário do que tinha dito na véspera, José Antonio Camacho mudou muito a equipa para este jogo. Pôs, pela primeira vez, Miguel Vítor ao lado de Edcarlos no centro da defesa, passou Maxi Pereira para trinco, fez subir Katsouranis para a frente dos centrais, desviou Di María para a direita, escolheu Rui Costa para jogar atrás de Cardozo e deixou Nuno Gomes no banco. Resultado: a equipa andou aos papéis durante 20 minutos. E quando alguém anda aos papéis contra o AC Milan o que é que acontece? Pois, sofre golos. Foi isso que aconteceu logo aos 9 minutos, num livre directo de Pirlo. Era isso que podia ter voltado a acontecer aos 13’, quando Inzaghi deixou Miguel Vítor nas covas e atirou ao lado. Ou três minutos depois, quando Ambrosini desviou um cruzamento de Oddo, para boa defesa de Quim.

Foram precisos 21 minutos, um golo e várias oportunidades do AC Milan para o Benfica perceber que tinha, e até podia, jogar mais. Rui Costa tentou levar a equipa para a frente e, em dois remates de longe, mostrou como é que se faz – uma bola foi ao lado, outra defendeu Dida, mas a receita estava escrita. E a melhor altura do Benfica trouxe, também, o momento-chave deste jogo. Uma jogada pela direita de Di María acabou na cabeça de Cardozo, que, sozinho na pequena área, e sem o guarda-redes pela frente, atirou ao poste. Dois minutos depois, Kaká interceptou um passe disparatado de Miguel Vítor, correu 60 metros com a bola, deu a Pirlo, que assistiu Inzaghi para o 2-0. O jogo estava arrumado. Cardozo voltou a repetir o disparate aos 33 minutos. Apareceu sozinho na área, depois de uma assistência de Rui Costa, e atirou contra o guarda-redes Dida.



A segunda parte não trouxe um Benfica diferente. O AC Milan continuou a jogar com classe e a criar oportunidades de golo, umas atrás das outras. A perder e a jogar mal, Camacho resolveu tirar o desastrado Cardozo e pôs em campo Nuno Gomes. Se o paraguaio esteve nos sítios certos para falhar golos, o português, então, não esteve em lado nenhum. Até ao último minuto dos descontos, quando apareceu ao segundo poste a desviar um cruzamento de Katsouranis para o 2-1. Se no ataque as coisas corriam mal, lá atrás não estavam melhor. O AC Milan tornou-se demolidor para um Benfica sem forças e podia ter feito mais dois ou três golos, por isso este 2-1 até nem é mau de todo. Bonito, bonito, só o adeus de Rui Costa a San Siro. O maestro saiu perto do fim com o estádio de pé a gritar o seu nome. E antes do jogo teve a homenagem merecida por parte dos adeptos.

Resultados do Grupo D da Liga dos Campeões 2007/2008

AC Milan - Benfica, 2-1 (Pirlo, 9', Filippo Inzaghi, 24'; Nuno Gomes, 92')
Shakhtar Donetsk - Celtic, 2-0 (Brandão, 6', Lucarelli, 8')

Classificação do Grupo D

1º Shakhtar Donetsk, 3 pontos
2º AC Milan, 3 pontos
3º Benfica, 0 pontos
4º Celtic, 0 pontos

Vídeo

AC Milan 2-1 Benfica (resumo alargado)
Pirlo, 9'
Filippo Inzaghi, 24'
Nuno Gomes, 92'



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Fotos: AP

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