FC Porto concretizou exibição de sonho em Old Trafford (2-2) frente ao Manchester United

A crítica nacional, europeia e mundial foi unânime. O FC Porto fez talvez umas das suas melhores exibições de sempre em Inglaterra, alcançando um precioso empate a duas bolas no mitíco estádio de Old Trafford(silenciado grande parte do tempo), frente ao Manchester United na primeira mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões 2008/2009. Este resultado deixa os dragões em excelente posição de alcançar o G-4 da Champions, para isso suceder, basta um empate até 1-1.

Falamos aqui muito sobre o futebol português, dos seus reais problemas, mas certo é que a nível de competições europeias, continuamos a fazer "milagres", colocando quase todos anos equipas destacadas em fases adiantadas dos 2 principais torneios de clubes da Europa. Objectivamente nesta década, Portugal conseguiu através do FC Porto 1 Liga dos Campeões, 1 Taça Uefa. O Sporting chegou a 1 final da Taça Uefa e quartos-de-final, o Boavista a uma meia-final da Uefa e o Benfica atingiu por duas vezes os quartos-de-final da Champions e da Taça Uefa em anos consecutivos.

Partindo do pressuposto, que a Liga Portuguesa está entre os 6/7 melhores campeonatos europeus e com as metas atingidas, temos que estar bastante orgulhosos. O poderio económico de países acima do nosso ranking, como a exemplo da Alemanha e França (nem falo do G-3), não expressa no campo essas regalias. A fórmula para o sucesso das nossas equipas, terá sempre que passar pela formação e prospecção ao milímetro, tal como o FC Porto fez a exemplo esta temporada com Hulk (jogava na 2ª divisão do Japão) ou Aly Cissokho (Vitória de Setúbal).



O FC Porto personalizado, de aposta no colectivo, assinou exibição soberba e reforçou a legitimidade de sonhar com as meias-finais da Liga dos Campeões, depois de uma noite fantástica em Old Trafford, onde o Manchester United esteve muito perto de ver quebrado os mais de quatro anos de invencibilidade em casa para a Champions – o último desaire foi em 2005 com o AC Milan. A equipa de Jesualdo Ferreira deu um verdadeiro banho de bola aos famosos e temíveis red devils, campeões da Europa em título. Os portistas entraram a todo o gás, com uma forma de jogar a que os ingleses não gostam muito, com trocas de bola de pé para pé e sempre em progressão.



Contudo não foi esta a chave da superioridade do Porto. O segredo acabou por ser a forma como o triângulo do meio-campo, composto por Fernando (que jogão!), Lucho e Raul Meireles, fazia pressão sobre os adversários, não deixando espaços para o ManUnited sair de forma organizada para o ataque. E que melhor impulso para uma estratégia que um golo? Pois foi isso mesmo que aconteceu, após um passe errado de Cristiano Ronaldo. Rodríguez aproveitou para abrir a contagem! O dragão calava o "Teatro dos Sonhos". No banco, Alex Ferguson mascava nervosamente a pastilha. As coisas estavam complicadas e o escocês não via forma de contrariar aquela máquina azul e branca. Só que Bruno Alves cometeu um erro para menores de 6 anos e o empate caiu do céu pelos pés de Rooney. Ao contrário do que se podia esperar, o FC Porto não vacilou e continuou a comandar o jogo, banalizando um adversário onde só Cristiano Ronaldo parecia com vontade e capacidade de remar contra a maré. Aliás, apesar do português não ter jogado nada de especial, todos os seus colegas o procuravam na hora de lançar o ataque. Deu a ideia ser uma equipa sem ideias e demasiado dependente do génio do CR7.



O intervalo fez bem aos campeões ingleses, que corrigiram alguns erros e começaram a jogar mais pelas alas. Só que os jogadores do FC Porto não vacilaram: mantiveram-se unidos, sem perderem a noção do espaço que ocupavam em campo. Por isso mesmo, o United fazia girar a bola e só através de cruzamentos criavam perigo... mas aí Helton mostrou que, desta vez, podiam contar com ele. Os dragões apostavam ainda mais na velocidade do ataque onde o assustador Hulk pecava pelo individualismo.



Os últimos quatro minutos de jogo foram dramáticos. Sobretudo quando Tévez aproveitou um fabuloso passe de calcanhar de Rooney para pôr o Manchester United a vencer. Que injustiça! Os dragões não perderam o norte. E num golpe fantástico – a fazer lembrar o golo de Costinha nos instantes finais da eliminatória em 2004 –, Lisandro ofereceu a Mariano o 2-2. A justiça estava feita depois de mais uma noite memorável para os dragões. Certo que ainda não foi desta que os dragões venceram em Inglaterra, mas abriram as portas das meias-finais. Para a semana há mais no Dragão!

Já agora deixo aqui uma foto, em formato de poster de Pinto da Costa no Estádio Old Trafford. Neste Link.



Golaços no Villarreal 1-1 Arsenal

Parecia que Villarreal ia obter a desforra de há três anos na meia-final, mas um grande golo do Adebayor (66’) estragou as contas da equipa de Pelegrini e deu ao Arsenal um bom resultado (1-1) na luta pelo acesso às meias-finais.O golo de Adebayor, aliás, é o momento do jogo. Um lance para ver e rever. O regressado Fabregas fez o passe, o avançado africano dominou a bola no peito e com um pontapé de bicicleta bateu o guarda-redes Diego López. Foi o quarto golo do avançado do Togo nesta edição da Liga dos Campeões. O remate deu corpo à reacção do Arsenal que, na primeira parte, viveu momentos complicados. Logo aos dez minutos, Marcos Senna colocou os espanhóis em vantagem, com um excelente remate de fora da área. O 1-0 mostrava as razões de o Villarreal estar imbatícel em casa nesta Champions e de nunca ter perdido com adversários ingleses em Espanha. Nesta fase, a tarefa do Arsenal parecia complicar-se a cada minuto que passava. O guarda-redes Almunia lesionou-se num choque com Rossi e teve de ser substituído. O mesmo destino teve o central Gallas. E na baliza contrária, também nada corrida bem, com Diego López a parar o remate de Nasri (18’). Valeu ao Arsenal que o polaco Fabianski mostrou qualidade e impediu Senna de ampliar o resultado, deixando margem para a reacção da segunda parte da eliminatória.

Resultados da 1ª mão dos Quartos-de-final da Liga dos Campeões 2008/2009

Manchester United - FC Porto, 2-2 (Rooney 16', Tévez 85'; Rodríguez 4'; Mariano 89')
Villarreal - Arsenal, 1-1 (Senna 10'; Adebayor 66')
Liverpool - Chelsea, 1-3 (Fernando Torres 6'; Ivanovic 39' e 62', Drogba 67')
Barcelona - Bayern Munique, 4-0 (Messi 9' e 38', Eto'o 12', Henry 43')

Vídeo

Manchester United 2-2 FC Porto
Rodríguez 4'
Rooney 16'
Tévez 85'
Mariano 89'


Villarreal 1-1 Arsenal
Senna 10'
Adebayor 66'


Os 6 golos marcados




Fotos: AP

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