segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Taça de Moçambique mcel - “Locomotiva” arrasadora, faz dobradinha

Ferroviário de Maputo, 2-Costa do Sol, 0 : “Locomotiva” arrasadora

Depois de a duas semanas atrás ter conquistado o Moçambola-2009, sem dúvidas, Chiquinho Conde soube montar uma estratégia certa que deixou o Costa do Sol fora das suas capacidades habituais. Muito galvanizados, os “locomotivas” controlaram o jogo e demonstraram maturidade e experiência suficientes, tanto a atacar como a defender, deixando os “canarinhos” sem espaço de manobra.

Jogando abertamente ao ataque, o Ferroviário acabou colhendo os frutos muito cedo, numa altura em que o Costa do Sol ainda procurava assentar os pés no chão. Um remate-surpresa de Momed Hagy, fora da grande área, encontrou o guarda-redes Abú desprevenido, aos quatro minutos, facto que veio elevar os níveis de confiança dos campeões nacionais.

Com um meio-campo bastante batalhador, num dia em que Momed Hagy e Danito Parruque estavam nas suas reais capacidades, desdobrando-se extraordinariamente nas jogadas ofensivas e apoiando, quando necessário, a defensiva, o Ferroviário assumiu rapidamente o domínio do jogo e não tardou a aumentar a vantagem, aos 25 minutos, com Luís a fazer uma belíssima assistência a Mendes, para um remate vitorioso. Foi um autêntico golpe ao técnico João Chissano.

O Costa do Sol encontrou muitas dificuldades para chegar perfeitamente ao ataque, visto que houve uma vigilância cerrada às pedras mais em evidência no eixo ofensivo, nomeadamente Josimar, Rúben e Tó. O Ferroviário exercia maior pressão sobre o adversário, sobretudo quando este detinha a posse de bola, o que não dava espaço suficiente para os “canarinhos” poderem pensar melhor no seu jogo.

Josimar foi o único que, face ao seu poder de desequilíbrio, conseguiu furar a grande área e, quando menos se esperava, fazer o melhor passe para os seus companheiros do ataque. Porém, havia má interpretação dos seus passes, sobretudo por parte do ponta-de-lança Tó, que muitas vezes perdeu o esférico solicitado por Josimar, com frequentes rasgos da esquerda para a zona frontal da grande área.

Com este cenário, o Costa do Sol ficou sem hipóteses de chegar com sucesso à baliza defendida por Mahomed. Enquanto isso, o Ferroviário descia com muito perigo, valendo-se da inteligente forma como as suas pedras se iam movimentando no terreno, com frequentes trocas de posições no meio-campo e no ataque, facilitando assim a abertura de linhas de passe e circulação da bola, baralhando a defensiva “canarinha”.

No entanto, Luís não soube tirar proveito disso, desperdiçando inúmeras oportunidades que foram surgindo, sobretudo na etapa complementar, com o guarda-redes Abú pela frente.

O Costa do Sol fez um grande esforço para se reencontrar e, na segunda parte, conseguiu manter algum equilíbrio, mas a defensiva “locomotiva” estava em cima dos acontecimentos. Com estas dificuldades, coube a Josimar usar da sua capacidade individual e, numa das suas aventuras para o ataque, terá sido tocado por Butana, dentro da grande área, mas o árbitro da partida, João Armando, mandou o jogo prosseguir e exibiu o cartão amarelo ao jogador “canarinho”, considerando uma artimanha.

O mesmo Josimar por pouco acertava na baliza, num remate forte na sequência de um pontapé de canto, aos 53 minutos. Numa outra ocasião, foi Tó que terá sofrido um empurrão pelas costas, também na grande área, mas sem posse de bola, quando disputava o esférico centrado pela esquerda. João Armando estava perto do lance e mandou novamente prosseguir o jogo. O atacante Perry desperdiçou, mais adiante, uma assistência igualmente feita por Josimar, atirando ao lado, mesmo sem oposição, naquela que foi a última chance “canarinha”, a anteceder ao apito final de João Armando.

O juiz da partida teve uma boa actuação, apesar da aparente vista grossa naquele lance em que Josimar foi travado pelo defensor Butana. Esteve em cima dos acontecimentos e não influenciou no resultado.

FICHA TÉCNICA

Árbitro: João Armando, auxiliado por Agostinho Pelembe e Alfredo Sitoe. Quarto árbitro: António Costa.

Ferroviário de Maputo – Mahomed; Butana, Tony, Jotamo e Fred; Artur Manhiça (Tchaka), Momed Hagy, Whisky e Danito Parruque (Maurício), Luís e Mendes (Jair).

Costa Do Sol – Abú; Vasil, Inácio, Kito e Dito; Artur Comboio (Marufo), Mambo (Payó), Josimar e Silvério, Rúben e Tó.

Golos: 1-0, Momed Hagy (4 m); 2-0, Mendes (25 m).

Sou o homem mais feliz do mundo - Chiquinho Conde

No final do jogo, Chiquinho Conde era um homem super satisfeito. Não era caso para menos: tinha acabado de conquistar a Taça de Moçambique, depois de ter ganho o Moçambola. Questionado sobre o que lhe ia na alma, depois deste triunfo, encheu os pulmões para, alto e bom som, dizer:“Sou o homem mais feliz do mundo. Estou orgulhoso destes jogadores. É verdadeiramente um grupo de campeões, fizeram um grande jogo e justificaram a vitória”.

Afirmou ainda que a conquista da Taça de Moçambique veio mostrar, uma vez mais, o equilíbrio demonstrado pelo Ferroviário esta temporada.

“Vencemos as duas mais importantes provas nacionais e com todo o mérito. Soubemos sempre aguentar a pressão, algo que só está ao alcance das grandes equipas, e fechámos a época com chave de ouro”.

Questionado se continua no Ferroviário na próxima época, Chiquinho foi peremptório, respondendo que tem contrato até ao final do ano e que caberá à Direcção do clube decidir se orientará a equipa, ou não.

Texto: Michael Cesar (correspondente e colaborador do Desportugal em Moçambique)

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1 comentário:

  1. Foi preciso tu escreveres sobre o Chiquinho Conde (Antiga Glória) para saber o paradeiro dele, e pelos vistos está em grande!

    Abraço

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