Fazendo o primeiro ponto de situação do mercado de transferências, Benfica e FC Porto são até ao momento os clubes que mais se têm evidenciado. Do lado dos encarnardos, a contratação do novo treinador espanhol, Quique Flores, foi destaque por estes dias, em tudo o que é imprensa desportiva. Ele que chega à Luz pelas mãos de Rui Costa, neste seu primeiro acto como director-desportivo do Benfica. O staff técnico de Flores terá também quatro novas caras - sendo elas - Fran Escribá, Paço Ayestaran, Emilio Álvarez e a antiga estrela benfiquista Diamantino Miranda. Na equipa técnica fica também Fernando Chalana, ex-treinador, com funções que ainda não são de dominio público.
Quanto a jogadores, o Benfica tem já assegurado por 4 anos a contratação do médio defensivo Hassan Yebda de 24 anos, que chega a custo zero vindo Le Mans. Yebda é um futebolista francês de origem argelina que iniciou a sua carreira em França, no Auxerre, sendo depois transferido para o Le Mans, clube no qual se destacou. Jogou ainda uma época emprestado ao Laval. O ponto alto da sua carreira foi a conquista do Mundial de Sub-17 ao serviço da França, competição onde este médio de 1,87m e 77kg mostrou a sua versatilidade.
Quanto a possíveis ingressos na Luz (boatos) surgem nomes como:David Albelda - o ainda jogador do Valência tenta a estabelecer um acordo para a sua desvinculação, mas a tarefa não se afigura fácil. O jogador pretende ser ressarcido e receber o equivalente a dois anos de contrato - aufere um salário na casa dos 1,8 milhões de euros limpos por ano -, algo que os dirigentes não pretendem. Em troca, mostram-se dispostos a oferecer ao atleta as verbas que possam eventualmente surgir do interesse de outros clubes. Uma coisa é certa, quando o médio-centro ficar livre, concorrência não vai faltar ao Benfica. No processo interposto na justiça contra o clube ché, Albelda disse em tribunal que teve ofertas de Chelsea e Tottenham.
Mais próximo da realidade financeira e desportiva do benfiquista pode estar o franco-argelino Rafik Djebbour(1,85 m e 77 kg) . Este avançado internacional pela argélia de 24 anos que alinha no Panionios da Grécia marcou 15 golos esta época no campeonato grego (3º melhor marcador) e tem uma clausula de rescisão de 3,5 milhões de euros.
Depois surgem mais nomes no ar. Diego Buonanotte, médio criativo argentino de 20 anos que joga no River Plate e que conta com oito golos em 23 jogos cumpridos na primeira equipa. O passe desta jovem promessa está avaliado em 15 milhões de euros...muita massa!
Outro nome e também argentino, é Germán Denis de 26 anos (1,83 cm/78 kg) - goleador do Independiente. Melhor macador do Torneio Apertura em 2007, tendo totalizado 27 golos, é uma das melhores referências de àrea no actual campeonato argentino. Tem a a curiosidade de ter passado por Portugal em 2003, na altura no Belenenses para efectuar testes, mas não convenceu.
Para a defesa é indicado o nome de Pawel Golanski, lateral-direito polaco de 25 anos (1,83 m), que alinha no Steaua de Bucareste. O internacional da Polónia tem uma cláusula de dois milhões de euros.
Surpresa: Paulo Assunção rescinde com FC Porto
Paulo Assunção fez o que ninguém esperava e bateu com a porta do Dragão. O médio brasileiro, de 28 anos, segundo anunciou ontem o FC Porto através do seu site oficial, evocou a chamada Lei Webster e avançou para a rescisão unilateral do contrato, que lhe permite transferir-se para um clube estrangeiro pagando aos dragões cerca de 350 mil euros. O valor resulta do que falta cumprir do contrato do médio luso-brasileiro, cujo vinculo aos campeões nacionais expirava em Junho de 2009.
Imprescindível nas opções de Jesualdo Ferreira, e já com passaporte português,
Assunção estava descontente com a administração da SAD azul e branca devido ao baixo salário que auferia. A somar a isto houve ainda um confronto com alegados elementos da claque Super Dragões, que o tentaram pressionar à saída de um treino para assinar um novo contrato com os dragões pelo valor proposto pelo clube. Um caso que acabou numa queixa apresentada pelo próprio jogador na PSP contra os agressores. Contratado há quatro anos ao Nacional da Madeira, o futuro do jogador pode passar pela Fiorentina, de Itália ou Atlético de Madrid. Paulo Assunção, que pretendia um significativo aumento salarial, cansou-se de esperar por uma proposta portista que lhe agradasse e, tal como o escocês Andy Webster no ano passado, que abriu o precendente e deu nome à lei, recorreu ao artigo 17 do regulamento de transferências da FIFA. A polémica regra, à luz da interpretação do Tribunal Arbitral do Desporto, que se sobrepôs à FIFA, sustenta que um jogador com mais de 28 anos, para mudar de país, pode rescindir unilateralmente um contrato laboral após dois anos de ligação, tendo apenas de pagar à entidade patronal o valor do contrato que lhe falte cumprir. E, no caso do médio portista, falta cumprir uma época, o que resulta no valor global dos tais 350 mil euros (25 mil euros multiplicados por 14 meses).
Bosingwa, esse já tinha acertado a sua saída, mas por uma transferência milionária de 20 milhões de euros para o Chelsea.
Entretanto, Marek Cech, defesa do FC Porto que não entra nos planos de Jesualdo Ferreira, é pretendido pelo Bétis de Sevilha. E O PAOK, de Fernando Santos, quer João Paulo, Kazmierczak e Vieirinha por empréstimo.
Quanto a entradas confirmadas, Nelson Benítez de 24 anos proviniente do Lanús da Argentina é nova cara para o lado esquerdo da defesa. Benítez ou El Chino como é conhecido não era um titular absoluto, mas o Porto não teve problemas em gastar 1 milhão de euros por metade do seu passe.
Tomás Costa do Rosário Central é também reforço azul e branco por 3,2 milhões de euros. O médio argentino de 23 anos (1,86 cm), que actua como trinco tem sido titular desde Setembro de 2006 no Rosario e é uma das peças fundamentais numa equipa que tenta fugir à despromoção.
Rolando ex- Belenenses é também reforço para o centro da defesa portista no contrato de 4 anos. A esperança nacional pode assim no FC Porto dar maior expressão ao seu futebol.
UEFA poderá afastar FC Porto da Liga dos Campeões
As noticias vindas do Dragão não são nada famosas. Em causa estão as condenações no denominado caso Apito Final, em que a Comissão Disciplinar da Liga puniu o FC Porto com a perda de seis pontos devido à tentativa de corrupção de árbitros em dois jogos do campeonato da época 2003/04 e que agora mereceram abertura de processo de displinar pela UEFA, podendo eventualmente punir bastante o campeão nacional.
Ao decidir não apresentar recurso da decisão da CD da Liga – só Pinto da Costa, condenado a dois anos de suspensão, recorreu para o Conselho de Justiça da FPF –, o FC Porto como que assumiu culpas no cartório, o que pode ter-se revelado fatal. A estratégia visava absorver os seis pontos de castigo nos 20 de vantagem com que encerrou o campeonato e evitar que um recurso pudesse, eventualmente, fazer transitar a pena para a próxima época, o que significaria entrar na Liga 2008/09 com seis pontos negativos. Depois de muito debate interno, não houve consenso jurídico no Dragão e ficou decidido que seria Pinto da Costa a defender a honra do clube. Mas, nas diversas reuniões que ditaram o caminho a seguir, havia quem defendesse que se devia ir até às últimas consequências, argumentando que um recurso não tinha efeito suspensivo da sanção. Para esta facção, a pena seria sempre aplicada no campeonato que terminou a 11 de Maio e um eventual êxito na contestação serviria para provar o erro que a CD havia cometido. perante a ameaça da UEFA, seria diferente o FC Porto ter apresentado a sua defesa desde o princípio, mostrando vontade de ir até ao fim. Ou seja, tentando provar a sua inocência em todo o processo.
Um eventual afastamento da Liga dos Campeões vai significar um enorme rombo nas finanças portistas. E não se trata apenas dos milhões que a UEFA distribui, pois em causa estão também outros itens como a venda de lugares anuais e acordos com patrocinadores entre outras coisas. Para se fazer ideia do que está em risco, basta olhar para as contas da Champions deste ano, que renderam – vão render, pois as verbas só são entregues em Outubro – quase 15 milhões de euros ao FC Porto. Só pelo facto de estar apurado para a fase de grupos, os dragões garantiram 3 milhões de euros. A participação nos seis encontros iniciais, rendeu mais 2,4 milhões, verba igual à que o FC Porto somou com as vitórias e empates que averbou. A passagem aos oitavos significou a entrada de mais 2,2 milhões de euros e há ainda que adicionar as receitas de bilheteira e a fatia de direitos televisivos que a UEFA distribui pelos países com equipas que participam na prova. Na edição de 2008/09, estes valores serão revistos para cima. Mas mesmo tendo em conta os últimos números conhecidos, ficando de fora da Liga dos Campeões, é fácil de chegar à conclusão que o FC Porto perde, pelo menos, cerca de dez milhões de euros,inerentes apenas à participação e às receitas de bilheteira e de direitos televisivos. Se tivermos em conta que o orçamento do FC Porto na época que está prestes a findar era de 40 milhões de euros, em causa está cerca de 15 por cento daquela verba.
Num cenário hipotético, a possível exclusão do FC Porto da Champions pode mexer com a próxima época de vários clubes em Portugal, ainda que haja algumas dúvidas sobre quem tem direito a ocupar a vaga que os portistas eventualmente deixem aberta. Vitória de Guimarães e Benfica são os principais beneficiados, mas também o Sporting de Braga pode lucrar, sendo repescado para a Taça UEFA. O Vitória de Guimarães, apurado para a terceira e última pré-eliminatória da Liga dos Campeões, entraria directo no quadro da prova – tal como Sporting – e o Benfica, quarto classificado do campeonato,passaria a ser a formação promovida à derradeira pré-eliminatória. Deixando de disputar a Taça UEFA, as águias proporcionam também a repescagem do Braga, sétimo posicionado da Liga, que se juntaria a Marítimo e Vitória de Setúbal na competição. Mas há mais candidatos ao lugar que pertenceria ao FC Porto. É o caso do Zenit São Petersburgo, actual detentor da Taça UEFA e campeão da Rússia, país colocado numa posição doranking da UEFA cujo vencedor do campeonato apenas tem direito a disputar a pré-eliminatória da Champions.
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O Paulo Assunção poderia ter resolvido a sua situação de outra forma - é triste a maneira como sai num clube que lhe proporcionou o reconhecimento.
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