Brasileirão: 38 jornadas a partir do dia 10.

Começa no próximo dia 10 o Campeonato Brasileiro 2008. E aqui no Desportugal você fica sabendo os pormenores de cada uma das 38 jornadas disputadas, daqui até dezembro. O destaque fica por conta da ausência do Corinthians, que tenta se reerguer após a queda para a Série B. Confira então os detalhes dos 20 participantes desta edição.

ATLÉTICO-MG: O primeiro semestre do ano do centenário do Galo mineiro pode muito bem ser esquecido pelo torcedor. A contratação de jogadores veteranos, como Marques, Petkovic e Souza, além de outros atletas de qualidade duvidosa, culminou numa derrota humilhante por 5 a 0 para o rival Cruzeiro, na final do campeonato mineiro. Com tantos problemas, o time do técnico Geninho espera dificuldades para o restante da temporada.

ATLÉTICO-PR: O ano começou animador. A série de 13 vitórias seguidas no campeonato paranaense deixou o torcedor do Furacão empolgado, mas os problemas começaram com a eliminação na primeira fase da Copa do Brasil (contra o Corinthians Alagoano, da Série C). Contando com um bom técnico – Ney Franco -, o CAP conta com o goleador veterano Marcelo Ramos para fazer uma campanha boa no Brasileiro.

BOTAFOGO: Um ano promissor. Futebol envolvente, num bom toque de bola, com um matador (Wellington Paulista), bons jogadores no meio (Túlio, Lúcio Flávio) e um técnico competente (Cuca). O Botafogo entra favorito, no mínimo, para uma vaga na Taça Libertadores. Futebol os alvinegros têm.

CORITIBA: A irregularidade marcou o início de ano do Coxa. Eliminado na Copa do Brasil pelo São Caetano, mas finalista no campeonato paranaense, o Coritiba deve perder seu principal jogador do primeiro semestre: o atacante Keirrison está praticamente acertado com o Palmeiras. Então, pode-se esperar qualquer coisa do time verde do Paraná.

CRUZEIRO: O Cruzeiro entra, porque não, como um dos candidatos ao título. O bom ataque aliado a um meio-campo eficaz pode fazer da Raposa uma equipe muito difícil de bater. Entretanto, o ponto fraco fica justamente na defesa: o veterano Espinoza anda numa fase irregular, alternando bons e maus momentos com a camisa azul.

FIGUEIRENSE: Outro time que entra como “azarão”. Existem bons valores no time, como Wilson, Cleiton Xavier e Edu Salles, mas pode não ser suficiente para um bom campeonato. Há também a aposta no veterano Rodrigo Fabri, ex-Real Madrid, Sporting, e que não consegue jogar bem há alguns anos. O Figueira, desde 2002 na Série A, espera manter-se por mais um ano.

FLAMENGO: A provável saída do técnico Joel Santana para comandar a seleção da África do Sul pode atrapalhar os planos do Rubro-Negro nas primeiras rodadas do campeonato. O treinador, que levou o time à Libertadores, deixa uma equipe muito bem formada, com bons nomes como Bruno, Fábio Luciano, Juan, Leonardo Moura e (porque não?) Obina e Souza, tendo tudo para brigar pelas primeiras posições.

FLUMINENSE: Os fortes investimentos do patrocinador, a Unimed, pouco serviu ao Flu no campeonato carioca. Vários nomes foram cogitados, e vieram Conca, Leandro Amaral, Gustavo Nery, entre outros. Destes, apenas Conca se firmou, enquanto Amaral e Nery saíram. Para sorte da equipe, existem Thiago Silva, Thiago Neves e Júnior César, valores que devem levar o Flu à luta da vaga na Libertadores, pelo menos.

GOIÁS: Quase rebaixado no ano passado, o Goiás mudou seu elenco – para melhor. Permaneceram os veteranos Harley e Paulo Baier, e o clube trouxe ainda o técnico Caio Júnior, além dos atacantes Alex Terra e Alex Dias. Bons reforços para que o Goiás consiga uma campanha tranquila neste ano no que tange a rebaixamento.

GRÊMIO: O ano começou arrasador para o Tricolor Gaúcho. Porém, após seis jogos no comando do time, o técnico Vagner Mancini foi demitido, invicto. Veio Celso Roth, e com ele, as eliminações precoces no campeonato gaúcho e na Copa do Brasil. O destaque da equipe fica no meio-campo: Roger, ex-Corinthians e Benfica, tem a missão de manter o Grêmio na Série A. No mínimo.

INTERNACIONAL: Outro candidato ao título. O Internacional, em tese, tem um grande time. Podemos citar Guiñazu, Fernandão, Nilmar, Alex... Mas o problema está aí: a dificuldade em confirmar tal favoritismo. Se conseguir aliar a qualidade do time com a torcida apaixonada que empurra o time, o técnico Abel Braga (passou por vários clubes ai em Portugal) terá motivos para sorrir ao final do ano.

IPATINGA: Eis o grande candidato a ser o novo América de Natal. Para quem não sabe, o América, em 2007, foi um dos piores times de sempre da história do Brasileirão, com diversos recordes negativos. E o Ipatinga, rebaixado no campeonato mineiro (!!!), parece disposto a pelo menos igualar tais recordes: são muitos jogadores sem expressão, onde se destacam Rodrigo Posso, Augusto Recife e Ely Thadeu. Pouco, muito pouco para uma Série A.

NÁUTICO: O Náutico, assim como em 2007, entra no obscuro. Sem seu artilheiro (Acosta, responsável pela permanência do time na elite ano passado, e que foi para o Corinthians), o Náutico conta com as assistências de Geraldo e os golos de Warley e Kuki para tentar, pelo segundo ano consecutivo, ficar na Série A.

PALMEIRAS: Eis o grande favorito ao título. O Palmeiras de Vanderlei Luxemburgo conta com o apoio da empresa Traffic, que contrata e repassa vários bons valores (como Keirrison, do Coritiba) para o Verdão. Some-se a isso o veterano goleiro Marcos, o habilidoso chileno Valdívia e o matador Alex Mineiro. Porém, a eliminação para o Sport na Copa do Brasil (e por 4 a 1) pode deixar o palmeirense com um pé atrás.

PORTUGUESA: Os fãs da Portuguesa podem se preparar para um ano difícil. Recém chegada da Série B, a Lusa perdeu Leonardo (para o futebol russo) e também deve perder a revelação Diogo e o atacante veterano Christian. O lateral Zé Maria, formado no clube e que retornou após mais de uma década na Europa, foi dispensado pela fraca produção. Isso tudo pode complicar a Lusa para as 38 jornadas do Brasileirão.

SANTOS: O ano começou terrível para os santistas. Mas o tempo passou e a torcida se animou com a classificação para as oitavas-de-final da Libertadores, com belos jogos da dupla Kléber Pereira e Molina. Porém, apenas os dois jogadores se destacando podem evidenciar as carências do time de Émerson Leão, que buscará levar a equipe em alguma competição sul-americana.

SÃO PAULO: Após dois anos de domínio completo, o São Paulo não chega como favorito absoluto pelo título. Problemas internos, entre eles envolvendo o polêmico atacante Adriano (Inter de Milão), além de um fraco desempenho dos principais jogadores (Jorge Wagner, Aloísio...) deixam o time do Morumbi menos favorito à conquista do que o “habitual”.

SPORT: De forma discreta, o Sport ameaça fazer uma campanha boa em 2008. Longe dos holofotes, o Leão da Ilha conta com um bom goleiro (Magrão), e bons nomes no ataque (Enílton, Romerito e Carlinhos Bala), além de uma fanática torcida (26 mil torcedores em média) para se consagrar nesta temporada.

VASCO: Muitos jogadores medianos, para um técnico que já esteve várias vezes no comando da equipe. É assim que o Vasco de Antônio Lopes luta contra as adversidades para continuar na Série A, pelo menos. A esperança está no experiente Edmundo, 36 anos. O goleiro Tiago, os meias Morais e Andrade, e os atacantes Alex Teixeira e Leandro Amaral são as esperanças dos vascaínos.

VITÓRIA: A irregularidade tem marcado o início de ano do Vitória, que está de volta à Série A após quatro anos: o time pode tanto levar 4 a 1 do Bahia, como uma semana depois vencer o rival por 3 a 0 (como aconteceu no campeonato baiano). São poucos os destaques individuais (Marcelo Batatais, Ramón e Rodrigão, etc.), o que deixa o time baiano numa situação complicada para a temporada.

Como qualquer análise prévia de um campeonato, está sujeita a erros. Então, não venham falar mal caso erre feio após as 38 rodadas.

Primeira rodada:

Atlético-MG vs. Fluminense
Botafogo vs. Sport
Náutico vs. Goiás
São Paulo FC vs. Grêmio
Internacional vs. Vasco
Coritiba vs. Palmeiras
Ipatinga vs. Atlético-PR
Flamengo vs. Santos
Portuguesa vs. Figueirense
Vitória vs. Cruzeiro

Texto: Matheus Rocha (correspondente e coloborador do Desportugal no Brasil)

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