quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

FPD quer elevar capacidade de investimento desportivo

O Fundo de Promoção Desportiva (FPD) de Mocambique, quer elevar a sua capacidade de investimento às infra-estruturas nacionais públicas e privadas nos próximos anos, o que passa pela busca de novas parcerias e consolidação das já conseguidas para a sua auto-suficiência, ou seja, para que não continue a depender apenas do Orçamento do Estado.

Consciente dos desafios que tinha pela frente desde a sua criação para promover o desenvolvimento desportivo no contexto infra-estrutural e competitivo, o Conselho de Administração do FPD preconizou a criação de novas fontes de receitas a nível de parcerias com empresas e mobilização de fundos dos empreendimentos que tem estado a realizar.

Porém, segundo o director executivo do FPD, José Gabriel Dava, os frutos não são visíveis. A instituição pretende aumentar a sua quota na SOJOGO para a melhoria da sua posição a nível daquela sociedade, a partir deste ano.

A quota do FPD na SOJOGO está neste momento ao nível de 7,9 porcento e quer atingir entre 10 e 12 porcento no ano em curso de modo que tenha maior peso dentro de parcerias daquela sociedade.

Segundo Dava, a melhoria da posição do FPD poderia influenciar positivamente para que se consiga novos investimentos junto da sociedade e novas parcerias. Em síntese, poderia influenciar o direccionamento do mercado e, por fim, conseguir o dinheiro para investir nos vários projectos desportivos. Sublinhou que é preciso investir para obter melhores resultados. Realçar que a SOJOGO é até ao momento o único parceiro do FPD.

A outra estratégia do FPD é a aposta na gestão profissional de infra-estruturas, ou seja, colocar as instalações como fontes de rendimento. Esta iniciativa poderá surtir efeitos a partir deste ano, por ter falhado o início da experiência no ano passado no Parque dos Continuadores porque não houve injecção dos fundos prometidos pelo Governo, através do FPD.

A ideia é que, para além do desporto de rendimento, as infra-estruturas desportivas possam acomodar outras actividades, como por exemplo a manutenção física, áreas comerciais e culturais para atrair o público pagante. A experiência-piloto será no Parque dos Continuadores e estava prevista para o ano passado, mas não se concretizou devido à falta de investimento.

Chamou a atenção para que todas as actividades sejam feitas sem prejudicar os interesses desportivos.

“Para este ano queremos consolidar a questão do parque com um investimento a ser feito no âmbito das comparticipações do Governo através do FPD. Será uma experiência-piloto e vamos avaliar o resultado para que, no futuro, possamos estender este tipo de projectos a outras instalações públicas. No que respeita a instalações privadas, seria uma questão de parceria. Porém, a prioridade são as instalações públicas, porque as privadas, com maior ou menor dificuldades, estão a ser geridas”, salientou.

NÃO ABANDONÁMOS PROJECTOS PRIVADOS

José Gabriel negou que o FPD tenha abandonado os projectos privados, reiterando que aquela instituição passou apenas a ter como focos de investimento as instituições públicas no âmbito das prioridades estabelecidas pelo Governo.

Esclareceu que existem alguns casos de instituições privadas que têm beneficiado do investimento do FPD, sendo o exemplo mais recente o campo do Atlético de Montepuez. A sua escolha teve como princípio o facto de ser a única infra-estrutura desportiva de que dispõe aquele distrito.

Dava contou que houve uma parceria com o município de Montepuez para a gestão do recinto durante cinco anos renováveis, o que influenciou para a eleição daquela infra-estrutura. O FPD investiu na reabilitação e vedação do campo e melhoramento do sistema de abastecimento de água.

2009 MUITO FRACO EM INVESTIMENTO

As intervenções do FPD em 2009 limitaram-se apenas a projectos iniciados e inacabados, caso do Estádio Municipal de Pemba, sendo deste modo considerado o ano mais fraco em investimento. Esta infra-estrutura devia ter sido concluída no ano passado, mas a previsão da entrega tornou-se uma incógnita, como deu a entender Dava.

Das obras previstas no projecto, foram até agora concluídos os campos de treino polivalentes e de futebol mais as instalações para serviços administrativos. O pavilhão principal e a piscina ainda não estão concluídos. Entretanto, já se iniciaram as obras do campo principal de futebol e do parque de estacionamento.

Na manga está o Parque dos Continuadores, cujo investimento está assegurado para este ano. O Centro de Excelência do Clube Ferroviário de Gondola, a ser instalado com fundos do MJD, no âmbito do acordo com a empresa Caminhos de Ferro de Moçambique, também terá algum desenvolvimento a partir deste ano.

No que respeita a instalações municipais, ainda estão por ser avaliadas as propostas. Mas a grande aposta são infra-estruturas municipais, nomeadamente os campos de futebol de Manjacaze, Chidenguele e Manhiça, cujos investimentos estavam previstos no orçamento de 2009.

No entanto, o projecto do Complexo Municipal de Tete foi cancelado e será reaberto este ano. O cancelamento deveu-se à falta de cumprimento de algumas cláusulas do concurso e os concorrentes elegíveis apresentavam pacotes acima do previsto.

ORÇAMENTO PARA 2010 ESTIMADO EM 100 MILHÕES

O orçamento deste ano está estimado em mais de 100 milhões de meticais. José Gabriel Dava afirmou que já foram feitos os orçamentos indicativos e, em princípio, correspondem aos limites do ano passado e vão igualmente dar continuidade aos projectos iniciados e outros cujo arranque estava previsto para 2009.

O orçamento de investimento (para infra-estruturas) situa-se em 59 milhões e de funcionamento (para federações) em 50 milhões.

Texto: Michael Cesar (correspondente e colaborador do Desportugal em Moçambique)

Página Inicial

Sem comentários:

Enviar um comentário

Home - Desportugal - Blog de Notícias Desportivas