Sporting e Benfica na final da Taça da Liga 2008/2009

O FC Porto chegou de comboio a Lisboa e acabou por fazer a sua última paragem nesta edição da Taça da Liga 2008/2009. Jesualdo Ferreira, que decidiu poupar os 11 titulares em Alvalade e acabou goleado pelo Sporting por 4-1, em jogo que colocou os leões pelo segundo ano consecutivo na final da Taça da "Cerveja". Mais do que a competição, o FC Porto (treinador) deveria ter respeitado o próprio clube, os seus adeptos e os jogadores que alinharam. Mas glória aos vencedores, que nada têm a ver com isto. A equipa de Paulo Bento deu um massacre ao velho rival, fazendo-o comportar-se como uma equipa pequena, que pôs o... comboio à frente da baliza e esperou por um milagre lá no ataque. Foi isso que aconteceu logo aos 10’, quando Tomás Costa aproveitou uma distracção da defesa leonina para isolar Tarik para o primeiro golo. Estranho foi ver os festejos do internacional marroquino. Que bicho o picou?

O golo portista não serviu para parar todo ímpeto dos leões. Moutinho, Izmailov e Vukcevic, num ritmo imparável, abriam fendas na defesa portista. Nuno lá ia conseguindo evitar o empate e houve um período na primeira parte em que se pensou que se iria repetir a história do confronto da Taça de Portugal, que os dragões acabaram por vencer no desempate por penáltis depois de terem sido cilindrados na primeira parte. Só que o árbitro Carlos Xistra deu uma mão aos leões, marcando uma falta de basquetebol na área do FC Porto. O contacto entre Pedro Emanuel e Anderson Polga não parece ter sido suficiente para levar à queda do brasileiro, mas o Xistra lá marcou penálti e Romagnoli deu sinais de vida, empatando a partida.



Até ao intervalo, o Sporting poderia ter chegado à vantagem, mas Nuno voltou a brilhar. O guarda-redes portista só adiou o inevitável e logo a abrir a segunda parte foi buscar a bola ao fundo das redes. Novamente Romagnoli, novamente de penálti, desta vez tão justo como ridículo: Sapuranu conseguiu transformar um movimento inofensivo de Postiga junto à linha de fundo num castigo máximo. A machadada final foi dada um minuto depois das entradas de Pereirinha e Derlei. Eles criaram o terceiro golo, com um toque genial de Vukcevic pelo meio. O avançado brasileiro não se ficou por aí e voltou a marcar à sua ex-equipa.Izmailov cruza e Derlei com um remate acrobático fecha a goleada dando ao resultado números pesados, mas justos face à disciplência de Jesualdo Ferreira em trazer um conjunto de reservas.



O Benfica é o outro finalista da Taça da Liga e vai defrontar o Sporting no dia 12 de Março, graças ao triunfo de sobre o Vitória de Guimarães, por 2-1, numa vitória que começou a ser construída graças a um autogolo de Gregory. O triunfo permitiu ao clube da Luz embolsar meio milhão de euros e a Quique Flores a oportunidade de disputar pela primeira vez na sua carreira de treinador uma final. A grande novidade no Benfica foi o regresso de Quim à baliza – não jogava desde o dia 1 de Dezembro, no célebre empate a dois golos com o Vitória de Setúbal em que lhe deu direito a alternar entre a bancada e o banco.

Também Reyes voltou a ser titular depois do “tratamento” público de Quique Flores. Era notório na equipa da Luz a intenção de colocar a bola nos pés de Aimar, a ver se saía algum lance de génio dos pés do mágico. E a verdade é que o argentino conseguiu na primeira parte arrancar dois amarelos a jogadores do Guimarães. A partir dos 20 minutos, lá se viu um cheirinho a Benfica. Ou melhor, a Cardozo, pois até aí só sobressaía o ex-benfiquista Nuno Assis, que está numa grande forma e certamente ontem queria mostrar serviço para provar que não merecia ser dispensado da Luz.

O paraguaio do Benfica começou o festival de golos falhados com um cabeceamento à barra. Depois testou o seu pé esquerdo um par de vezes, numa delas com uma grande defesa de Serginho. E terminou a primeira parte com um falhanço incrível, se bem que o árbitro tenha assinalado (mal) fora-de-jogo. A segunda parte começou com o Vitória a crescer e logo com um grande susto para Quique Flores, que não parava quieto no banco. Mas o remate cruzado de Fajardo saiu ao lado. O jogo do Benfica pelas alas não funcionava – Reyes e Ruben Amorim estiveram muito apagados.



E só a entrada do defesa Maxi Pereira trouxe algum rasgo à ala direita. Perante tanta passividade, sobretudo do meio-campo das águias, que se fartou de perder bolas, o Vitória ia acreditando e acercando- se com perigo da baliza de Quim. Um minuto depois de Quique ter feito uma estranha substituição – tirou Cardozo, o único ponta-delança, e colocou Di María –, o argentino cobrou um canto e Gregory, num cabeceamento digno de um avançado, colocou a bola na própria baliza. Respirou- se de alívio nas bancadas da Luz. A parte final do jogo acabou por ser a mais emocionante. Aimar estreou-se a marcar com a camisola do Benfica e Desmarets reduziu. Reyes e Carlitos também estiveram quase a fazer o gostinho ao pé. Mas o resultado não se alterou.

Agora segue-se o tão aguardado clássico entre o FC Porto e Benfica no Dragão e espera-se um fim de semana escaldante. Espero pelas melhoras razões.

Vídeo

Sporting 4-1 FC Porto
Tarik 9'
Romagnoli 36'
Romagnoli 48'
Derlei 66', Derlei 80'
Tarik 9'


Benfica 2-1 Vitória de Guimarães
Gregory 70' p.b.
Aimar 88'
Desmarets 90'




Fotos: AP

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