quinta-feira, 24 de setembro de 2009

AFROBÁSQUETE DE SUB-16: Sonho da nossa rapaziada nas mãos dos argelinos


Ficou claro, no decorrer da primeira fase, que a despeito de sermos os anfitriões, não figuramos no grupo das melhores formações da prova e nem tão-pouco candidatos ao título. No entanto, porque o sonho também conduz o quotidiano dos homens, a nossa rapaziada não se coíbe em alargar o seu horizonte de ambições para uma eventual surpresa agradável no Afrobásquete de Sub-16, sobretudo agora que conseguiu a qualificação para os quartos-de-final, cujos jogos terão lugar hoje, no pavilhão do Maxaquene. O sonho da turma moçambicana está nas mãos da Argélia, em alternativa à Guiné, desqualificada da prova em virtude de ter apresentado atletas com idades falsificadas.

O desafio entre moçambicanos e argelinos reveste-se de capital importância para a nossa selecção, se se atender que, do ponto de vista competitivo, se encontra uns furos abaixo do seu adversário, pelo menos a avaliar por aquilo que ambos revelaram nas partidas anteriores. Moçambique, que na derradeira partida do Grupo “A” perdeu diante do Egipto pela marca de 49-71, terminou na quarta posição com quatro pontos, enquanto a Argélia, no Grupo “B”, perdeu frente à poderosa e primeira classificada Nigéria por 66-70, na última jornada, e ficou no segundo posto com seis pontos.

Naturalmente pressionada pelo facto de actuar em casa e porque hoje, tratando-se já dos quartos-de-final, a presença do público será em número superior comparativamente aos dias anteriores, a nossa rapaziada obriga-se a não falhar e manter ao longo dos 40 minutos níveis competitivos bastante elevados, sob pena de defraudar toda a expectativa que se vai criando à sua volta. Embora reconhecendo as suas diminutas possibilidades de chegar ao título, os espectadores não deixarão de apelar para que ultrapasse os argelinos e chegue às meias-finais.

O início foi bom e prometedor, apesar da vitória sofrida diante da África do Sul, por apenas quatro pontos (54-50). Os desafios subsequentes foram arreliadores, o primeiro dos quis perante a forte turma do Mali, uma das sérias candidatas ao título. A segunda derrota verificou-se no fecho da primeira fase, face aos egípcios.

Ontem, foi dia de descanso, é verdade, mas acima de tudo de reflexão em relação ao que aconteceu, de forma a perspectivar-se melhor os quartos-de-final, até porque os adversários vão sendo cada vez mais fortes. Estamos em crer que Miguel Guambe e os seus pupilos tiveram espaço e tempo para o desenho das estratégias necessárias com vista a desfeitear os argelinos, eles também com os olhos na transição para as meias-finais.

A jornada de hoje começa às 11.00 horas, com o jogo entre República Centro-Africana e Mali, um verdadeiro passeio para os malianos, que já têm a qualificação garantida para a etapa seguinte. O mesmo sucede com a Nigéria, diante da modesta África do Sul, a partir das 13.00. Angola-Egipto, às 15.00, é uma incógnita, no entanto, o favoritismo vai para os egípcios. Fecha o dia o Moçambique-Argélia, a partir das 17.00.

GUINÉ DESQUALIFICADA

Prevaricou, pagou! Esta é, pois, a tese defendida pela FIBA-África em relação às falcatruas protagonizadas por alguns países nos campeonatos dos escalões de formação. No Afrobásquete de Sub-16, a decorrer em Maputo, o organismo máximo das bola-ao-cesto continental não teve contemplações: desqualificou a selecção da Guiné-Conacri, devido à falsificação de idades dos seus atletas.

O facto foi detectado na terça-feira, dia em que foram disputados os desafios referentes à última jornada da primeira fase, com os guineenses a derrotarem os angolanos pela marca de 59-39. De acordo com investigações efectuadas na altura, dois jogadores tinham idade acima dos 16 anos, o que levou a organização do evento a suspender os referidos atletas e a aplicar uma multa ao país.

No entanto, após uma análise mais profunda, a FIBA-África decidiu-se por uma sanção mais pesada: a desqualificação da selecção da Guiné desta competição, não valendo em rigorosamente nada os pontos meritoriamente conseguidos nas quatro partidas que efectuou no Grupo “B”. Com derrota somente diante da primeira classificada Nigéria, os guineenses haviam vencido Argélia, República Centro-Africana e Angola, amealhando por via disso sete pontos, menos um que os nigerianos.

Aliás, como forma de desencorajar a ocorrência de falsificação de idades, que tem caracterizado estes campeonatos, a FIBA-África, tendo em vista um controlo minucioso dos jogadores, enviou a Maputo um médico, o qual se encarrega de testagem a todas as equipas. Foi na sequência deste controlo que se descobriu a artimanha dos guineenses, culminando com a sua desqualificação.

Porque tinham terminado em segundo lugar no seu grupo, os “matulões” da Guiné eram os adversários de Moçambique nos quartos-de-final, esta tarde.


Afrobásquete de femininos: “Vassourada” na selecção

A AUSÊNCIA de veteranas como Nádia Rodrigues, Tânia Wachene, Nika Gemo e Ruth Muianga, com o treinador a optar por promissoras jogadoras como Kátia Halar, Leia Dongue – sobretudo esta, com apenas 18 anos – Odélia Mafanela e Filomena Micato, constitui o maior destaque na revolução efectuada por Nazir Salé na Selecção Nacional de Seniores Femininos, que se prepara para o Afrobásquete Madagáscar-2007, a decorrer entre 9 e 18 de Outubro próximo.

Depois da triste experiência dos Jogos da Lusofonia de Lisboa, em Julho passado, em que a nossa selecção, com todas as craques conhecidas, foi uma verdadeira lástima, Nazir Salé preferiu mudar de estratégia, indo buscar valores mais frescos, ambiciosos e prometedores para fazer face a um campeonato em que se exige de Moçambique o título, senão os lugares seguintes do pódio.

Mesmo assim, porque não pretende fazer uma revolução total, mas sim gradual, o “mister” achou melhor uma mescla entre veterania e juventude, daí por exemplo surgirem na pré-convocatória os nomes de Aleia Rachide, Amélia Macamo, Ana Flávia Azinheira, Zinóbia Machanguana, Ana Branquinho e Deolinda Gimo.

A relação das 14 atletas chamadas para esta primeira fase de treinos, já a decorrer, é a seguinte:

Desportivo – Anabela Cossa, Valerdina Manhonga, Kátia Halar, Leia Dongue, Odélia Mafanela, Ondina Nhampossa e Filomena Micato.

A Politécnica – Aleia Rachide, Amélia Macamo, Marta Ganje, Ana Flávia Azinheira e Ana Branquinho
Ferroviário – Deolinda Gimo e Zinóbia Machanguana.

Texto: Michael Cesar (correspondente e colaborador do Desportugal em Moçambique)


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