quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Máfia do Apito deve ser arquivada.

Máfia do Apito não deve acarretar punições

O episódio conhecido como “Máfia do Apito”, ocorrido em 2005 e que consistia nos árbitros Edílson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon arranjarem os resultados das partidas em que apitavam no Campeonato Brasileiro (houve ainda suspeitas no campeonato paulista, não confirmadas), tem grandes chances de ser arquivado após quatro anos tramitando nos tribunais.

Os desembargadores Fernando Miranda e Francisco Menin votaram a favor do arquivamento, enquanto Christiano Kuntz pediu adiamento para tomar sua decisão apenas na próxima semana. Para que não haja o arquivamento e os responsáveis pelo estelionato sejam punidos, Kuntz terá de votar pelo prosseguimento do processo, e ainda Miranda ou Menin mudarem de opinião.

Por mais incrível que possa parecer, Miranda afirmou que o caso não caracteriza estelionato e os clubes não foram lesados em seus patrimônios. O caso foi desmembrado no segundo semestre de 2005, em meio ao Brasileirão.

Carvalho, Danelon, o empresário Nagib “Gibão” Fayad e outros integrantes negociavam arranjos de resultados em partidas que eram objeto de apostas em sites. Segundo o Grupo de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público (GAECO), a quadrilha lucrava cerca de R$ 400 mil reais por jogo fraudado.

O grupo foi investigado por meses durante o Ministério Público a partir de uma informação anônima repassada à revista Veja. No mínimo quatro crimes foram cometidos neste caso: estelionato, crime contra a economia popular, falsidade ideológica (Carvalho mentia o conteúdo das súmulas) e formação de quadrilha.

As onze partidas arbitradas por Edílson Pereira na Série A foram anuladas e jogadas novamente. O Corinthians acabou com o título do campeonato. E agora, os acusados e comprovadamente culpados por esta máfia devem ter seus casos arquivados e estar livres. A única punição aos árbitros foi mesmo o afastamento do quadro da Confederação Brasileira de Futebol.

Inacreditável.

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Texto: Matheus Rocha (correspondente e coloborador do Desportugal no Brasil) [foto: novaimprensa.inf.br / Informações adicionais: jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=7644]

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