terça-feira, 11 de março de 2008

História do FUTSAL em Portugal - 9º capítulo


9º Capítulo - As negociações da Federação Portuguesa de Futsal com a Federação Portuguesa de Futebol

Dia novo vida nova, após a Assembleia-geral que deu as boas vindas ao Futsal, deu-se início às competições de futsal, já com as novas regras, numa competição que serviu para confirmar o empenho de todos aqueles que tinham dado um grande tributo ao nascimento da modalidade, a prova acabou por ter um brilhante vencedor, o Santa Cruz F.C. equipe de Matosinhos.
Aproveitando o empenho do Presidente da FIFA, deu-se então simultaneamente à divulgação da nova modalidade o Futsal, sob a égide da recém criada Federação Portuguesa de Futsal, procurando cativar todos os Clubes e por outro lado deu-se início às negociações com a FPF, à data liderada pelo Dr. João Rodrigues.
A tarefa da organização do Futsal não foi fácil, dado o empenho da Federação Portuguesa de Futebol de Salão de ter iniciado um processo de difamação do meu nome e naturalmente do Futsal, fazendo tudo com o apoio do Estado Português, que ao atribuir à Federação de Futebol de Salão o estatuto de utilidade pública desportiva dava um forte murro nas aspirações dos dirigentes do Futsal.
E o Futebol de Salão não parava e conseguia dar um rude golpe ao Futsal ao conseguir passar para o seu lado um dos principais dirigentes do Futsal e agora cabeça de cartaz, tudo fazendo para ilegalizar a Federação de Futsal, só que contra a força não há resistência possível e mais vez, vendo que o pulmão do Futebol de Salão vinha de Espanha, do Presidente da Federação Espanhola António Alberca, já igualmente Presidente da FIFUSA, e quando o Futebol de Salão se preparava para dar o golpe fatal no Futsal, organizando no Porto a I Taça das Comunidades, convocamos toda a imprensa e apresentamos um documento do Governo Espanhol, assinado pela Secretário dos Desportos de Espanha, que atesta que a Federação Espanhola de Futebol de Salão não pode participar (mas participou) no evento por a mesma não ter sido autorizada a tal.
A esta resposta, António Alberca, ajudado pelos Dirigentes da Federação a quem começava a atribuir cargos "importantes!" na FIFUSA, apresenta uma acção em tribunal, contra a minha pessoa, que guardo como relíquia sendo minha intenção apresentá-la brevemente para se poder ver bem a dignidade de alguns dirigentes portugueses, que colaboraram nesta farsa.
Foi tentado tudo, mas a FPF nunca demonstrava interesse em dar poder a uma estrutura, a FPFS, para que esta dentro da FPF pudesse com a autonomia necessária continuar a gerir o Futsal em Portugal.
Tudo tem um limite, e ao fim de doze anos de luta, desisti, o adversário era muito forte e muitas vezes, actuava sozinho, recordando que nessa altura não existia Internet, não existia a Sport TV, não existia a Infordesporto, o FutsalPortugal nem o Desporto PT, para ajudar como o tem feito actualmente e bem hajam por isso.
Assim e ao fim de alguns anos de lutas sem tréguas, já comigo fora da FPFS é feita a integração do Futsal no seio da FPF, nas condições que são conhecidas por todos.
Chega ao fim a minha história sobre o Futsal, espero que tenha servido para alguns recordarem as dificuldades porque já passaram e sobretudo desejo que os principais dirigentes dos Clubes únicos timoneiros da modalidade em Portugal em face da ausência do poder federativo, possam levar a nau do Futsal a um bom Porto.

Eduardo Pinto Ex-Presidente da Federação Portuguesa de Futsal
Pedro Costa - Treinador de Futsal
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