Na antevisão desta 18ª jornada da Liga Portuguesa certamente poucos previam grandes dificuldades para os "grandes" vencerem, tirando o Sporting que tinha uma sempre complicada visita ao Restelo. Acertado o palpite do Sporting, passou em Belém bem à "rasca" depois de ter estado a perder até poucos minutos do fim, FC Porto e Benfica estavam avisados e conscientes que não podiam vacilar, para mais, o Leixões vencia também em Braga.
O líder FC Porto subia ao relvado do Dragão duas horas antes do início do Benfica vs Paços de Ferreira e quase entregava a possibilidade de haver novo lider a sul. Não fosse Farías a quebrar a resistência do Rio Ave, o Benfica poderia ambicionar o 1º. lugar. Na Luz, já sabedores do resultado final no Dragão restava aos encarnados não perder os dragões de vista, e tal como no Restelo e Porto foi sofrer até ao último segundo para segurar os 3 pontos.
Numa disputa como há muito não se via, só o Sporting não está no pódio, porque o Leixões teima em incomodar os grandes. Foi, aliás, a equipa da semana. Era grande a pressão por ter chegado ao terceiro lugar, além de que a viagem a Braga não era a mais aconselhável para quem pretendia continuar no grupo da frente, mas um momento de infelicidade de Frechaut deitou tudo a perder. Os leixonenses, tal como os portistas, já para não falar do Nacional, caso vençam na próxima ronda, vão beneficiar do resultado do dérbi Sporting-Benfica.
Que grande susto apanhou o FC Porto frente ao Rio Ave. Depois de ter controlado à vontade na primeira parte, em que se adiantou com um penálti de Lucho, o tricampeão viu o Rio Ave empatar com um golaço de Fábio Coentrão. E só resolveu a partida nos minutos finais.Um bis de Farías fixou o resultado em 3- 1 e acalmou as bancadas, que já temiam o quarto empate caseiro consecutivo. “El Tecla” Farías andou adormecido uma boa parte da partida, mas acordou a tempo de se tornar no homem do jogo – o argentino sofreu a faltamuito discutivel que originou o penálti convertido por Lucho e facturou a dobrar (com a cabeça e com o pé) para assegurar o primeiro triunfo caseiro do Porto em dois meses e meio.
Ninguém previa que, depois de uma bela primeira parte, o FC Porto sofresse tanto. Mesmo com o habitual pecado do desperdício na finalização, o marcador funcionou de grande penalidade (tal como com o Benfica), depois de Hulk ter feito estremecer a baliza de Paiva, guarda-redes que, já com 1-0 no marcador, parece ter defendido para lá da linha uma cabeçada de Mariano. O Rio Ave tentou jogar em todo o relvado, mas só incomodou Helton depois do intervalo. O FC Porto veio adormecido das cabinas e foi dando espaço que os vilacondenses aproveitaram. Candeias – emprestado pelos dragões – animou o flanco, onde estava agora Fernando, e o Rio Ave cresceu. O primeiro aviso foi dado por Fábio Coentrão, que acertou no poste, aproveitando um passe desastrado de Fernando.
O FC Porto já não incomodava Paiva como na primeira parte e haveria de consentir o empate, que surgiu num golaço de Fábio Coentrão – de fora da área, colocou a bola no angulo superior direito, sem hipótese para Helton (vídeo). O Dragão estremeceu e Jesualdo arriscou tudo, retirando Lisandro do descanso do banco (Rodriguez tinha saltado de lá aos 60’) e deixando apenas três homens na defensiva. O forcing acabaria por dar resultado e Farías lá conseguiu acertar com a baliza a quatro minutos do fim num cabeceamento que parece ser passivel de falta do argentino.
Em vésperas de uma semana que pode ditar muito sobre o futuro da época – visitas a Paços de Ferreira e Madrid, e recepção ao Sporting –, o FC Porto conseguiu evitar o pior e segurar a liderança. Mas a exibição foi intermitente e não deixou Jesualdo muito tranquilo. O técnico levou mesmo as mãos à cabeça quando Coentrão empatou, mas bateu palmas efusivas após o apito final de Elmano Santos – tal como os quase 35 mil que estavam nas bancadas, também ele suspirou de alívio depois de apanhar um valente susto! É que poderia ter sido o quarto jogo sem vencer no Dragão.
O Benfica venceu o Paços de Ferreira por 3-2, somando o nono jogo seguido sem perder, estabelecendo o seu recorde esta época. Depois de 68 minutos de sonolência, assistiu- se a um final de jogo electrizante, com cinco golos apontados, a fazer lembrar o encontro da primeira volta, que terminara com a vitória do Benfica na Mata Real por 3-4. A equipa da Luz começou cheia de vontade de marcar cedo. O Benfica nem deixava sair o Paços de Ferreira do seu meio-campo. Aos 12’ Luisão e Aimar quase marcaram, mas esse foi o canto do cisne, ou melhor, da águia, no primeiro tempo. Um lance que poderia ter animado os encarnados pareceu ter o efeito contrário...
Até ao intervalo não se jogou futebol. Aimar e Reyes, os que poderiam desequilibrar no Benfica, não conseguiam soltar-se das marcações e Cardozo nem isso parecia tentar, entregando- se à má sorte de estar emparedado entre Ricardo e Kelly, as torres centrais do adversário. Lutava-se muito, mas mais nada. Os jogadores do Paços de Ferreira também não estavam interessados em atacar e aproveitavam para queimar o máximo de tempo possível, com algumas lesões que não pareceram nada graves. Tirando a de Cristiano, que foi obrigado a sair aos 27’ depois de ter sofrido um toque de David Luiz...
O início da segunda parte não prometia nada de bom. Aos 47’ já estava Pedrinha estendido no relvado. E lá entrou a maca em campo pela quarta vez... Por outro lado, a desinspiração encarnada continuava, ficando mais uma vez demonstrando que a equipa quase só consegue criar perigo de bola parada. A 21 minutos dos 90 estavam muitos dos adeptos presentes na Luz a pensar em Mantorras (começou a aquecer aos 60’) quando Cássio decidiu abrir a capoeira e oferecer o golo a Cardozo. Já não foi preciso apelar ao misticismo, fazendo entrar o angolano (viria a jogar, mas apenas nos últimos três minutos).
Aos 73 minutos Ruben Amorim aumentou a contagem com um golão (video). Mas aquilo que prometia ser um final de jogo tranquilo para o Benfica transformou-se num quarto-de-hora de aflição. Rui Miguel reduziu, Di María voltou a aumentar com um golo de levantar o estádio (vídeo), mas Chico Silva fez o 2-3 no segundo minuto de descontos. E no último lance do desafio Kelly atirou ao poste! E os adeptos do Benfica suspiraram de alívio.
O Sporting voltou às vitórias na Liga, no Restelo, depois de dois empates e uma derrota. E Paulo Bento confirmou que não passa quatro jogos sem ganhar, igualando e colocando sob pressão o Benfica antes do dérbi do próximo sábado. O Belenenses deu 45 minutos de avanço, depois ainda marcou primeiro... mas acabou derrotado, por 1-2, castigado pela revolta de Vukcevic após as entradas de Yannick e Postiga. Tudo o indicava, mas, devido a um “ataque” de febre durante a noite anterior, ainda não foi sábado que João Moutinho bateu o recorde de jogos consecutivos de leão ao peito, o qual havia igualado ao realizar o 95.º ante o Braga.
O capitão leonino, que estava emrisco nos amarelos, cedeu o lugar a Adrien e ficou assim disponível para o dérbi. De resto, Rui Patrício, que ontem celebrou 21 anos, foi baixa por lesão e Abel por opção. Já Liedson voltou ao onze leonino e Jaime Pacheco, talvez receoso, apostou no brasileiro Arroz como terceiro central. E a verdade é que foi assim que conseguiu manter os leões, que entraram bem melhor no jogo, longe da baliza de Julio César. As excepções foram alguns livres e cantos bombeados, regra geral, por Miguel Veloso para a área, mas com a ineficácia já reconhecida por Paulo Bento.
De bola corrida, o melhor que o Sporting conseguiu foram remates de longe. Enquanto o Belenenses não existia ofensivamente, aos leões parecia faltar um maior acompanhamento de Izmailov e Vukcevic a Adrien. O miúdo assumiu o papel de Moutinho e saiu-se bem. Para a segunda parte, Pacheco trocou o central Arroz pelo avançado Marcelo e os azuis começaram a discutir o jogo. E a verdade é que foram bafejados pela sorte, quando Saulo fez gato sapato de Polga e o recém-entrado Marcelo (em fora de jogo?) Abriu o marcador. Paulo Bento chamou Yannick, trocou Derlei por Postiga, passou a jogar com três avançados e acertou! É que num lance em que intervieram os dois recémentrados, Vukcevic empatou. E logo a seguir, o genial montenegrino serviu Postiga para a reviravolta final.
Num dos mais aguardados encontros desta jornada, o Braga, quinto classificado à entrada para esta ronda, recebeu o Leixões, que estava no terceiro posto. Numa partida bem disputada, com futebol de qualidade e rico em termos tácticos, os comandados de Jorge Jesus dominaram os acontecimentos até à zona de finalização, mas os de Matosinhos estiveram muito certos na defesa e chegaram à vantagem aos 79 minutos, num lance de infelicidade de Frechaut, que cabeceou para a própria baliza, batendo Eduardo. Estava feito o 0-1 final para os visitantes. A pergunta fica no ar. Até onde poderá ir este Leixões?
O Marítimo ganhou ao Estrela da Amadora, nos Barreiros, por 1-0 e tambén no Funchal o Nacional goleou o Vitória de Guimarães por 3-0 com brasileiro Nené a bisar e a comandar destacado a tabela dos melhores marcadores. Na Figueira da Foz a Naval não segurou a vantagem de 2 golos e o Trofense acabou por aproveitar e levar um ponto.
Resultados da 18ª jornada da Liga Portuguesa - Liga Sagres 2008/2009
Benfica - Paços Ferreira, 3-2 (Cardozo 69', Ruben Amorim 73', Di María 87'; Ferreira 75', Chico Silva 93')
Trofense - Naval, 2-2 (Valdomiro 32', Rui Borges 57'; Diego 21', Marinho 30')
Belenenses - Sporting, 1-2 (Marcelo 52'; Vukcevic 75', Postiga 79')
Sp. Braga - Leixões, 0-1 (Frechaut 80' g.p.)
Marítimo - Estrela da Amadora, 1-0 (Ytalo 49')
Nacional - Vitória Guimarães, 3-0 (Nené 61 e 63', Ruben Micael 75)
FC Porto - Rio Ave, 3-1 (Lucho 37' gp, Farías 86' e 89'; Fábio Coentrão 72')
Vitória Setúbal - Académica, 2ºfeira
Classificação da Liga Portuguesa (Liga Sagres) 2008/2009
Vídeos
Benfica 3-2 Paços Ferreira
Oscar Cardozo 69'
Ruben Amorim 73'
Ferreira 75'
Di María 87'
Chico Silva 93'
FC Porto 3-1 Rio Ave
Lucho 37'
Fábio Coentrão 72'
Farías 86' e 89'
Belenenses 1-2 Sporting
Marcelo 52'
Vukcevic 75'
Postiga 79'
Fotos: AP + Álvaro Isidoro
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Sou Sportinguista e estou convencido que o campeonato está entregue desde já ao Porto. Basta analisar e nem precisam de entender muito de futebol para ver que é ajudado jogo apos jogo.
ResponderEliminarQue se mantenha pelo menos as expectativas elevadas sobre quem levará o titulo.
ResponderEliminarGrandes golos do Coentrão,Amorin e Di Maria.
Leixões ao titulo!
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